Volúpia
Se eu não lhe amasse tanto
Pouco caso faria eu
Não adianta dissertar poemas de Bilac
Nem adianta seguir as sínteses de Foucault
Já o dizia, quando a riqueza é exacerbada
Algo errado só pode estar
É o mundo indo à baixo
Com tremenda voluptuosidade
O meu amor anda cabisbaixo
Pobres reis efêmeros, pouco podem pensar
Ninguém mais sabe o que é amar
Nesse mundo de giro capital
O que não traz lucro fica para trás
Mas a vida, bendita vida, anda para frente
Enquanto o tempo voa, quem não acompanhar
Para trás ficará
Essa é nossa sociedade
Triste realidade
Ninguém quer estudar
O lucro gira somente para quem o comanda
E as pessoas retrocederam no tempo
Já não sabem mais amar.
Thábata Piccolo
Curitiba, Outono 2016
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