Acendo um cigarro, e o nervosismo queima dentro de mim.
Thábata Piccolo
Curitiba, Inverno 2016
Eu não sei sentir
Há tempos eu não sei o que é
Sentir saudades suas
Depois de tantos dias e noites
Juntos como se não houvesse amanhã
Não aprendi o que era distância
Mas agora estou sentindo na pele
Não ter você a hora que eu bem quiser
Faz pouco tempo que você partiu
Mas para mim, é uma eternidade
Essa angústia toma conta do meu peito
Quero correr para os teus braços
Dizer que eu te amo
Essa saudade não cabe no peito
Sinto uma erupção dentro de mim
Fecho os olhos e quero voltar no tempo
Mas a decorrência do dia não me permite
Percebo o quanto te amo
Te clamo
Volte
Eu estou te esperando
Hoje e sempre...
Thábata Piccolo
Curitiba, Inverno 2016
Apro
la sigaretta come fosse una foglia di tabacco
e
aspiro avidamente
l’assenza
della tua vita.
È
così bello sentirsi fuori,
desideroso
di vedermi
e
non mai ascoltato.
Sono
crudele, lo so,
ma
il gergo dei poeti è questo:
un
lungo silenzio acceso
dopo
un lunghissimo bacio.
Abro
el cigarrillo
como
si fuera una hoja de tabaco
y
aspiro ávidamente
la
ausencia de tu vida.
Es
tan hermoso sentirse fuera,
deseoso
de verme
y
nunca escuchado.
Soy
cruel, lo sé,
pero
la jerga de los poetas es ésta:
un
largo silencio encendido
después
de un larguísimo beso.
Alda
Merini
Breve amor de uma criança
Durante esses dias cinzas
Eu perco a esperança de um mundo melhor
Quando a água da chuva escorre pela cidade
Eu não vejo a luz reluzir nas paredes
Me agrada o tempo nublado
E as nuvens carregadas deste céu
O dia se recolhe mais cedo
E o breu da noite cai
Sem estrelas e sem brilho
A noite se perde insanamente
Se realmente a noite é uma criança
Me conceda essa dança
Breve amor que eu carrego
Transpareça a eterna felicidade
De uma criança que brinca
Sem ter hora para parar...
Thábata Piccolo
Curitiba, Inverno 2016
Eu fico alucinada, quando te percebo, meus olhos te perseguem de maneira perigosa. Admito que estou apaixonada. Nos teus cabelos parcialmente sem cor, eu vejo as ondas do mar quebrando com bravura. Vejo as tuas mãos gesticulando com maestria, e só penso em sentir um toque seu.
Para ficar como você, eu coloco vidros nos meus olhos, e também para não perder nenhum detalhe seu. Vidros entre vidros para nos vermos, essa é a beleza da vida! Não existe mar sem sol, assim como não existe o céu sem a imensidão.
Eu não percebo teus olhos cercando os meus.
Essa tua postura me envolve, quero um dia me portar como você. Deixo que tua voz me carregue. Ah, meu amor! Eu tenho tantas coisas guardadas para você...
Me dê uma chance, que eu possa lhe mostrar, o que eu tenho de bom. Você não me conhece de verdade. Eu te conheço, pois sigo teus passos em silêncio. Você me desperta timidez, porque eu me recordo das loucuras que eu penso, relacionadas a você... na cama! Me desculpe pela sinceridade e abusividade.
Quando comecei a escrever esse breve texto, o tempo passou tão brandamente que eu mal pude perceber. O tempo da vida, normalmente é tão denso!
Mas ah, meu amor... você já é o segundo este ano!
Thábata Piccolo
Curitiba, Inverno 2016
