Por que você voltou?
Eu pedi nos meus melhores sonhos
Para você não voltar
Eu jurei comigo mesmo
Que não seria capaz de perdoar
Senti o gosto amargo do ódio
A gota de lágrima rolar
Eu me perdi no ócio
Jurei que nunca mais iria amar
Senti a força de um coração dilacerado
Vir a tona e se revoltar
Senti a falta de um abraço apertado
Desgosto cravado no olhar
No pensamento flashes e memórias
Que tempo nenhum será capaz de apagar
No meu peito carrego várias histórias
Que sinto dor em contar
Agora me diga
Por que você voltou?
Cuidado, estou tão cansado
Meu coração anda muito calejado
Tenho medo de me reaproximar.
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
Marina
Tão linda e pura
Jovem e virgem
Menina doce
Que vive num castelo de algodão
Com seus cabelos loiros e pele clara
Mente tão sagrada
Ainda não descobriu a insanidade da vida
Com seu lindo vestido de cetim
A sapatilha abriga pés que por quase nada andaram
Menina pura
Se eu pudesse lhe manteria assim
Você jamais descobriria as maldades dessa vida
Menina doce, menina meiga
Seus olhos ingênuos exploram a multidão
Tão doce como açúcar
Mais pura que água cristalina
Seus longos cabelos loiros
Me recordam de uma época
Que a muito o tempo já levou
Menina doce, menina pura
Se eu pudesse lhe colocaria em uma bolha de vidro
Mas meu bem
Todas as borboletas devem aprender a voar.
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
Sentimento
Não julgue o tempo
Não julgue a vida
Cada partícula de dor sentida
Brincar comigo não é passatempo
Mas tenho de dizer
Realmente há muito que não se pode explicar
O teatro é viver
E os aplausos são perdoar
Não vou me perder
Eu sei a verdade
Não fiquem com ciúmes
Ninguém irá me tomar
Mas eu vou admitir
Em cada verso simples de rima
Nesse meio-tempo nada me faltou, teve lágrima
Porém como já escrevi
Há muito sem explicação
Eu lembro de tudo o que vivi
Por um momento senti fortalecer meu coração
Abraços que eu nunca havia sentido
Tamanha emoção
Qual o peso de uma lágrima sincera de perdão?
Eu tinha corrido...
Para bem longe
Mas meu corpo estava ali
Imóvel, apesar de não ser monge
Eu sempre soube amar, eu sempre estive aqui...
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
Terremoto
Eu não sei mais escrever. Peço desculpas pela minha falha. A vida é tão árdua. A pobreza tão exacerbada.
Poucos têm caráter, honestidade, fidelidade, dinheiro e estudo.
Muitos têm dinheiro, mas falta saúde.
Muitos não têm dinheiro, mas sobra saúde.
Muitos têm integridade.
Poucos têm honestidade.
Mas e eu?
Sou pequena, mas de coração grande. Tenho um pouco de tudo, de bom, de ruim. Mas posso garantir, que do pouco de bom que tenho, tudo é verdadeiro.
O meu coração é imenso. Turbilhão de sentimentos, em algumas lágrimas que caíram no chão e causaram um grande terremoto.
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
Fotografias
A realidade é bem diferente das fotos
Felicidade,união
Pregadas somente em uma imagem colorida
Vagando em redes sociais
Quem olha de fora não sabe
Quem está por dentro não precisa ver
A mentira desmascarada em um modo de viver
Poucos sabem dessa realidade
Que brandamente se esconde e se esquece
Nos apagados dias dessa rotina
Falso, é tudo falso!
Quem olha, nem sempre é capaz de ver
Caso venha à tona
Muitos entrarão em transe
Pois essa vida exposta, não é a mesma que se vive
Meras imagens
No dia do juízo final
Poucos se salvarão
No dia do juízo final
A verdade cairá limpa e todos se revoltarão
Falsas imagens...
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
Deus ilumine sempre nossa união
Com o olhar perdido ao céu
Pensamentos fazem o coração transbordar
E logo uma lágrima vai de encontro ao chão
Para o meu corpo levemente adormecer
Eu peço - Oh Deus, o que tirou de mim?
Por que é que tem de ser assim
Não me desampare no fresco sereno da noite
Eu digo - Oh Deus!
Que a luz da estrela, não seja superior à luz do meu olhar
Que o cair da noite não traga lembranças árduas
A voluptuosidade das palavras pregam o amor
Pra nunca acabar
Se hoje eu acordei, foi para mais um dia viver
Nas batalhas, hoje já desfalecidas
Decaio na tentação
Desculpe-me não poder perdoar
Se é para ir embora, que seja para nunca mais voltar!
Thábata Piccolo
Curitiba, Primavera 2015
E teus olhos azuis por onde andam?
Por onde andas?
O que tens feito da vida sem mim?
O que eu tenho feito da vida sem você...
E as nossas juras de amor eterno?
Eu lembro que você me disse que nunca iríamos terminar,
Eu lembro que me disse,ter encontrado o amor da vida
E entretanto, nunca imaginarias pois acreditava na hipótese
De apenas encontrar alguém para dividir o dia a dia sem tamanha importância.
E apesar de todas as nossas dificuldades,
Qual foi o tempo em que sobrevivemos vivos?
E as noites em que dormimos juntos,o que aconteceu?
Teus olhos claros como a luz do dia
Sua altura perfeita com a minha,não há tamanha proteção
Teus cabelos cor de mel
Tua voz ecoando em uma sala tão leve como a brisa do vento
A pele branca como as nuvens
Me diga o que foi que aconteceu?
Hoje eu não te tenho mais,
Só por um momento
Queria você de novo comigo...
Thábata Piccolo
Curitiba,Inverno 2015
Chorei
Mas não foi pela falta de você, não foi pela dor, ou qualquer outro motivo que envolva você como pessoa.
Chorei por não ter alguém que ocupasse seu lugar, que fizesse jus ao nome.
Chorei por estar sozinho e ter sempre estado.
Não, você nunca desempenhou sua função,sim ,até hoje acredito que você não faça seu papel.
Estilhaçado é meu coração, que em metáfora foi amassado e jogado fora, para depois ser recolhido.
Minhas lágrimas são como protesto, de nunca ter tido alguém para chamar de vida.
Doar a vida a mim, para que pudesse doar a minha vida também.
Nunca foi possível completar um abraço, por não ter quem abraçar.
Como se meus braços dessem volta em seu corpo, que nunca pude tocar.
No meu peito esta cravado esse calvário, que exproba esse teu tipo de amor.
Amor é aquilo que eu sinto,inconcusso, porque é verdadeiro.
E o final se da aqui,eu me contradigo!!!
Thabata Piccolo
Curitiba, Inverno 2015
Permita-se
A escrever, assim como as folhas caem das árvores
Permita-se a falar, como se fossem as últimas palavras a serem ditas
Permita-se que as emoções embarguem sempre a voz
Tornando-a suave ou estridente
Permita-se admirar o valor das fases da vida
Permita-se a cada momento eternizar
De tal forma que ele sempre volte
Seja como lembranças na pele
Marcas da vida
O suave sabor da bebida
Uma imagem plana sob o olhar
Permita-se , diga-se de passagem
Viver!
Permita que o sol nasça, mesmo que não apareça
Permita que a janela abra, mesmo estando fechada
Permita a chuva cair, mesmo que la fora esteja tudo seco
Permita a flor desabrochar, mesmo que não tenha sementes
Permita o sorriso, mesmo que no coração existam lágrimas
Permita o choro, mesmo que seja de tristeza
Permita o som, mesmo que não seja o que imaginas
Permita a fala, mesmo que não diga o certo
Permita o perdão, mesmo havendo dúvidas
Permita o amor, mesmo que exista a dor
Permita a dor, mesmo que exista amor...
Permita a vida!
Thábata Piccolo
Curitiba, Outono 2015
Me diga,
de tudo que passamos sendo bom,ou sendo ruim
As noites enlouquecentes
E sobre o efeito do álcool
Dançava eu, dançávamos nós
voluptuosamente,em ações impensadas
com considerável margem de erro
É o efeito do álcool,em mais uma noite que se foi
No outro dia os flash's
de pouca coisa do que aconteceu
Na sobriedade , quase nada teria sido feito
A culpa não é só do álcool ,desculpas.
Minhas sinceras desculpas.
Thábata Piccolo
Curitiba,Verão 2015
Eu quero a sorte de um amor perfeito,
com gosto,cheiro e desejo
Eu quero a sorte de um amor sem defeito,
bonito,sincero e eterno
Eu quero a sorte de um amor sem efeito,
suor,frio e tensão
Eu quero a sorte de um amor suspeito,
surpreendente,amigo e consolador
Eu quero a sorte de um amor sedento,
esperto,vulgar e apaixonado
Então que amor é esse?
Posso viver a vida inteira sem encontrá-lo.
Thábata Piccolo
Curitiba,Verão 2014